Disfarço minhas doresEm versos-sorrisos,Para que a pena -Que cabe ao pássaro -Não grude em mim.Nunca fui das vítimas,Sou autora do delito,Meliante militante, Dona de cicatrizes Criteriosamente catalogadas.Minhas angústias, neuroses, conflitos,Confio à santa medicina,Filha da santa ciência,Sempre misericordiosaCom pecadores como eu -Ao preço vil da indústria farmacêutica,É verdade.Quem sou eu para julgar,Se o benefício me convém?FelicidadeContinuar lendo “Protagonista”
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Soneto nº 1
Das diversas dores que eu tive As mais cruéis foram pensamentos Contendo mentiras que mantive Sufocando arrependimentos Não serviram minhas artimanhas, Refúgios de minha alma triste, Só marcaram em minhas entranhas A lembrança que ainda existe Para suportar quem e o que sou Desci ao poço mais profundo, Na divisa com o fim do mundoContinuar lendo “Soneto nº 1”
Ela tem passo ligeiro
O que é a vida Senão um tropeço, Um soluço, Um momento interrompido? Tantos planos! “Mas tropeçou, coitado. Quebrou, tem que engessar.” Tantas histórias findas em lágrimas soluçadas. “Cadê Zefinha?” Silêncio. Tantos “deixa para amanhã”… Não teve amanhã. Dona vida tem passo ligeiro, sai todo dia avoada lançando lembranças para quem quiser guardar. Quando vê,Continuar lendo “Ela tem passo ligeiro”
Ser no infinitivo
Ser criança é apontar estrelas e esperar verrugas. É engolir chiclete, caroço de azeitona e choro. É pedir cosquinhas de novo, de novo, de novo… “Agora chega!” “Não! Por favor! Só mais cinco minutinhos!” É pedir cinco minutinhos a cada cinco minutinhos. Ser criança é sonhar o tempo todo acordado. É falar com anjos eContinuar lendo “Ser no infinitivo”